O contexto actual que o mundo e o país enfrentam, caracterizado básica e fundamentalmente por um abrangente declínio de acções e estratégias de governação, associado a uma preocupante incerteza, exige de cada cabo-verdiano a necessária ponderação em relação à direcção do seu voto nas eleições do próximo domingo, dia 18 de Abril de 2021.
Estas, à semelhança das ocorridas em 1991, representam, quanto a mim, as mais importantes eleições legislativas ocorridas no país e, eventualmente, as mais desafiantes e arriscadas. Elas podem significar, por um lado, a consolidação da quebra do paradigma de governação experimentado entre 2001 e 2016, que se revelou manifestamente nefasto às aspirações do povo cabo-verdiano, e a retoma do rumo de desenvolvimento interrompido há cerca de um ano com a chegada da pandemia provocada pelo vírus SARS-COV-2, que causa a Covid-19. Por outro lado, podem significar um retumbante retrocesso, a avaliar pelo carácter vazio, retrogrado e destoado das prementes necessidades do país dos slogans reproduzidos, designadamente pelo PAICV, nos debates parlamentares da última legislatura, durante todo o período em que decorreram as campanhas para as últimas eleições autárquicas e retomados agora.
Creio que é, absolutamente transparente, que o contexto actual que Cabo Verde e o mundo enfrentam exige que se tenha uma liderança política com foco, mas sobretudo, com fórmula para ultrapassar os desafios que se impõem; uma liderança que saiba adequar os princípios da governação às circunstâncias com que se confronta; que saiba tomar decisões difíceis e assentes nas plataformas de diálogo e de uma ampla visão das diferenças de posições; que saiba interpretar convenientemente as necessidades do país e do seu povo e, quiçá, recorrer o sentido de compaixão para resolver os problemas prementes e pontuais de cada cidadão.
O novo contexto exige que aquele com a responsabilidade de definir e liderar as políticas do seu desenvolvimento, seja capaz de promover o sentido de comprometimento com as causas do interesse colectivo, da cidadania, da paz e da unidade nacional, seja ainda capaz de tirar destas condições o necessário impulso para conduzir o país aos patamares do bem-estar e da felicidade do seu povo.
O novo contexto exige e clama pela liderança de Ulisses Correia e Silva e dos valores do MpD.
António Tavares de Jesus
Praia, 14 Abril de 2021