O estudo que foi feito na Espanha, França, Alemanha, Reino Unido e Itália pela YouGov, anuncia que a ideia que as pessoas tinham desta vacina deteriorou-se desde o último inquérito realizado em fevereiro, quando a maioria dos inquiridos, embora preocupados, mantinham a confiança no fármaco.
Agora, depois de a vacina de AstraZeneca ter sido suspensa em dezenas de países, por causa do surgimento de episódios raros de coágulos no sangue, a confiança que as pessoas depositaram nesta vacina diminuiu substancialmente.
No estudo realizado em fevereiro, os dados mostram que 43% dos alemães consideravam o fármaco como seguro, comparativamente a 40% que acreditam o contrário. Hoje, verifica-se resultados diferentes, ao qual a percentagem de alemães que não acredita na segurança da vacina cresceu para 55% e somente 32% mantém a sua convicção no fármaco.
Em relação aos franceses, a situação agravou-se: dos 43% que não acreditavam na sua segurança, esse valor subiu para 61%, enquanto os que consideram como segura diminuiu de 33% para 23%.
Nos países de Espanha e Itália, a credibilidade na vacina de AstraZeneca, no mês passado, era de 54% e 59%, respetivamente. No entanto, esses dados foram para 36% e 38%, pela mesma ordem, situando-se abaixo da percentagem que não confia na vacina: 52% e 43%, respetivamente.
Já a Grã-Bretanha foi diferente, sendo que 77% inquiridos mantiveram-se otimistas quanto à eficácia da vacina, 4 pontos percentuais a menos do que em fevereiro.
Para este novo inquérito, a Suécia e a Dinamarca foram colocadas no estudo. 43% dos suecos acham que o fármaco da AstraZeneca é confiável, contra 34% que discordam, enquanto os dinamarqueses empatam nesta matéria, com 42% cada.
Esta segunda-feira, Portugal voltou a colocar a vacina anglo-sueca na lista do programa de vacinação, depois de ter sido retirada por um dia. Os dados da Agência Europeia do Medicamento (EMA), indicam que o fármaco é seguro e eficaz, após terem sido investigados os episódios de reações adversas.
A EMA concluiu que os benefícios desta vacina superam os riscos, e não encontrou problemas nos lotes, embora não tenha excluído definitivamente uma ligação com os incidentes de coágulos sanguíneos (tromboses).
A diretora executiva da EMA, afirmou que a vacina “não está associada ao aumento do risco geral de evento de tromboembolismo ou coágulos”. Entretanto, Emer Cooke salienta que com base nos dados disponíveis, “ainda não podemos descartar definitivamente a ligação entre estes casos e a vacina”.
A responsável adianta ainda, que, a agência está a fazer estudos e a investigar de uma forma profunda os efeitos da vacina e apela a que todas as pessoas que tenham efeitos secundários, que os reportem. Porém, avança que “esta vacina é uma opção segura e eficaz para proteger os cidadãos contra a COVID-19. Os riscos são inferiores aos benefícios”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), tinha defendido a segurança e eficácia do fármaco e afirmando que, neste momento, os benefícios excedem os riscos e que, por isso, aconselha que o processo de vacinação continue. “A vacinação contra a COVID-19 não irá reduzir doenças ou mortes por outras causas. Sabe-se que os eventos tromboembólicos ocorrem frequentemente”, frisa.
O tromboembolismo venoso é a terceira doença cardiovascular mais comum a nível mundial, lembrou a OMS.
ACG| Diário de Negócios | c/ Jornal Económico | Cidade da Praia – Palmarejo Grande | 2021.
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