Maria Semedo, também, se chama Liliana. Tem 29 anos, mãe de uma filha e é natural de Calheta de São Miguel. Atualmente, reside em Portugal, mais concretamente, na Cidade de Lisboa. Maria Semedo viu na época da pandemia a sua chance de começar o seu próprio negócio. Durante a quarentena, aproveitou os dias para dar à luz os “Sabores da Lily”, um empreendimento que se tornou popular naquela cidade portuguesa.
Maria Semedo sabe que nasceu com o seu dom. Ao longo da vida, sempre espreitou as possibilidades para encontrar a sua própria oportunidade. Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, Maria Semedo começou a procurar caminhos para a concretização do seu dom, num negócio rentável, que conquistou o seu próprio espaço na capital portuguesa. Segundo conta, não possui qualquer formação na área da pastelaria, mas esta paixão já lhe vinha acompanhando os passos desde há alguns anos atrás em Portugal.
“Tudo o que sempre fiz era algumas ‘delícias’, numa quantidade reduzida para saborear com a família. Com a chegada do novo coronavírus, as portas do emprego se fecharam. Como muitos, tive de parar o trabalho perante uma proposta de ganhar apenas metade do salário que auferia na altura, o que não seria suficiente para cobrir as despesas da casa. Por isso, segui o caminho de (criar o meu próprio) empreendimento”, ressalva Maria Semedo.
Dentro da cozinha, Maria Semedo não tem mãos a medir. Faz ‘donetes’, ‘bolas’, bolos, bolachas, pastéis, pão de coco, pizzas, entre outras delícias. Maria Semedo não vê limites para a sua imaginação e a sua criatividade. Não vive dentro de um quadrado e mostra ser uma pessoa capaz de sair do seu lugar de conforto para construir as suas próprias alternativas. Faz de tudo um pouco e ‘ao gosto do freguês’, para satisfazer o seu mercado.
“Tudo começou de forma natural, num dia comum, em casa. Tive a ideia de fazer alguns petiscos e partilhei nas redes sociais. As pessoas começaram a gostar e a fazer algumas encomendas. Isso foi crescendo dias após dias. Com o aumento da procura, resolvi criar uma página no Instagram com o nome “Sabores da Lily” para fazer venda dos meus produtos”, conta Maria Semedo.
Com a entrada no mundo do empreendedorismo, Maria Semedo deixa, tranquilamente, que as horas lhe preenchem os seus dias com muito trabalho. Reparte o seu tempo em duas metades: uma em que trabalha por conta de outrem e outra em que trabalha por conta própria. Almada, Cascais, Amadora, Fetais, Cacém e Loures são algumas zonas dos arredores da Lisboa onde, com a ajuda do seu companheiro, consegue fazer as entregas. É assim que os “Sabores da Lili” passeiam pela Grande Lisboa para serem deliciados pelos clientes da Maria.
Segundo conta, esse negócio já teve dias melhores. Neste momento, devidoa um outro trabalho que acumula, sente-se obrigada a limitar os números de encomendas. “A época de quarentena foi muito produtiva, tinha mais tempo livre e a maioria das pessoas estavam em casa. Os feedbacks são muito satisfatórios e isso me motiva a dedicar todo os meus dias a fazer os produtos, pois percebi o crescimento no negócio e conseguia cobrir as despesas sem tocar na economia”, confessa.
Os “Sabores da Lili” são um negócio com apenas sete meses de existência. Devido ao seu crescimento e desenvolvimento, Maria Semedo sonha em acelerar os passos. Por isso, pretende fazer uma formação ligada área para adquirir mais conhecimentos e criar um espaço físico de forma a ser mais conhecida no mercado.
Ana Cristina Gonçalves / Diário de Negócios - 2020.
Correspondente Europa